Você sabe o que são Indexadores Econômicos?

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Falar sobre investimento também é falar sobre economia como um todo.

Seja por conta dos índices que impactam diretamente no seu investimento, seja pelo ecossistema econômico que influencia diretamente no sobe e desce do mercado e na vida das pessoas.

Não podemos falar de economia e investimento, sem falar dos indexadores econômicos. Que tal entender o que são esses tais indexadores? 

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O que são indexadores e qual é a importância deles

O tema é complexo, mas não se preocupe, a intenção aqui é deixar de lado o “economês” e abordar o tema de uma forma simples.

Os indexadores, também chamados de índices de mercado ou indicadores macroeconômicos, são taxas de referência muito usadas para acompanhar o desempenho da economia, avaliando tendências de consumo e disponibilidade de crédito no Brasil.

Além de serem utilizados para acompanhar a atividade econômica, eles têm um importante papel, como reajustar contratos (exemplificado pelo preço dos aluguéis, salários e taxa de juros de um financiamento imobiliário ou de automóvel, entre outros), corrigir preços de produtos e serviços e estabelecer a rentabilidade de investimentos Renda Fixa pós-fixado. 

IGP-M, taxa Selic, taxa DI e IPCA são os principais indexadores econômicos no mercado brasileiro: 

•  Taxa Selic: taxa básica de juros da economia brasileira, ela é referência para as outras taxas de juros do mercado e é um importante instrumento do Banco Central para controlar a inflação. 

•  IPCA: o principal índice oficial da inflação brasileira calculado pelo IBGE. Ele mede a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços mais consumidos pelas famílias brasileiras. 

•  Taxa DI: é a taxa usada pelos bancos para emprestar dinheiro entre si. Isso pode parecer estranho, mas é verdade, os bancos tomam dinheiro emprestado entre si e isso ocorre por causa de uma determinação do BACEN para que todos os bancos brasileiros fechem o dia com um saldo positivo em caixa. Geralmente, essas negociações duram apenas um dia, visando contornar o caixa negativo da instituição financeira. O DI opera sempre muito próximo da taxa Selic. 

•  IGP-M: é um índice apurado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), assim como o IPCA, ele também mede a inflação, porém de outra forma, ao medir a variação dos preços em diferentes etapas do processo produtivo, não apenas no valor final ao consumidor. Por exemplo, o IGP-M captura oscilações no câmbio que afeta a cadeia produtiva de alguns bens.

No Tesouro Direto nós temos títulos pós-fixados indexados por dois desses índices, a taxa Selic e o IPCA. Explicaremos esses dois com mais detalhes.

Importante ressaltar: falaremos aqui de dois indicadores que impactam os títulos pós-fixados do Tesouro Direto. No caso dos prefixados, os indexadores econômicos não têm impacto no seu rendimento, uma vez que os valores de rendimento são fixos e não sofrem impacto direto das variações dos índices quando resgatados no vencimento.

 

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Selic

O que é a taxa Selic?

Se você nunca ouviu falar na Selic, talvez já tenha escutado outro nome dela: Taxa Básica de Juros.

A Selic é a base para todas as demais taxas de juros da economia brasileira e significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia.

Ela é definida pelo Banco Central, por meio do COPOM (Comitê de Política Monetária) em uma reunião que acontece a cada 45 dias. Sua principal função é apoiar no controle dos preços da economia, ou seja, auxiliar no controle da inflação.

Como ela é calculada?

A taxa Selic é calculada a partir da apuração das operações de empréstimos entre as instituições financeiras e o Banco Central. Para esse cálculo são utilizadas as operações compromissadas que usam títulos públicos como garantia.

A ideia é que o Banco Central opere neste mercado de modo a manter o controle sob a taxa básica de juros, mantendo-a dentro da meta.

Em resumo, ela é fruto das movimentações diárias entre os agentes — instituições financeiras e o Banco Central, e é calculada com base na taxa de juros praticada nessas operações.

Como a Selic impacta na vida das pessoas?

A Selic é um mecanismo que pode ser usado para acelerar ou desacelerar a economia.

Quando ela está baixa, a oferta de crédito tende a aumentar e facilitar o acesso das pessoas ao consumo, aumentando a circulação de dinheiro no mercado e fomentando taxas mais baixas de juros.

Por outro lado, quando ela está alta, a intenção é contrária, é desacelerar a economia, diminuindo o acesso ao crédito, buscando reduzir o consumo, a circulação do dinheiro no mercado e a inflação.

Como a Selic impacta nos investimentos e no Tesouro Direto?

A poupança está diretamente ligada à Selic e muda sua rentabilidade a partir das suas variações. Quando ela está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês sobre o valor depositado acrescido da Taxa Referencial, a TR.

Quando ela está abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento é 70% da Selic + Taxa Referencial.

Por isso, quando a Selic está alta, a poupança tem rendimentos menores do que outros investimentos de renda fixa. Então fique atento para não perder bons investimentos!

Já no caso do Tesouro Direto, o Tesouro Selic é indexado pela taxa Selic. Além de ser mais seguro que os demais investimentos de renda fixa, por ser um título do Tesouro Nacional, ele também pode ter um rendimento acima da Selic, quando carregado até o vencimento do título.

 

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IPCA

O que é o IPCA?

O IPCA é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, ou seja, é o indicador que acompanha as variações de preços de diversos produtos e serviços do mercado. E por isso, ele é considerado, pelo Banco Central, o índice brasileiro oficial da inflação ou deflação.

Ele é calculado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que avalia os produtos e serviços consumidos pela população e os valores gastos em cada um deles.

Para explicar melhor: mensalmente o IBGE avalia, aproximadamente, 430 mil preços em 30 mil estabelecimentos espalhados pelas principais áreas urbanas do país, por meio da medição das variações de preços de uma cesta de produtos e serviços.

Nesta cesta há diversos itens como alimentos, bebidas, vestuário, transporte, produtos para animais de estimação, higiene e beleza, serviços básicos, como consumo de energia elétrica e água, e tecnológicos, como assinatura de internet, streamings, entre outros. Outro ponto relevante é que, por conter diferentes pesos para cada um dos produtos e serviços avaliados, também é possível avaliar quais os impactos essas alterações de preços têm no orçamento das famílias brasileiras.

Como o IPCA impacta na vida das pessoas?

A variação do IPCA ou a inflação pode impactar na sua vida, fazendo com que o seu dinheiro perca o valor, ou seja, perca o seu poder de compra. Nesse caso você não vai conseguir comprar as mesmas coisas que comprava antes com a mesma quantidade de dinheiro.

Por exemplo, se os preços das coisas que você costuma comprar mês a mês, como arroz, feijão, pão, frutas, combustível etc. subirem e o seu salário continuar o mesmo, você não conseguirá comprar as mesmas coisas, irá comprar menos itens.

Porém, há diversos investimentos atrelados à inflação, que podem proteger o seu patrimônio contra a perda de poder de compra. Um deles é o Tesouro Direto IPCA+ (iremos falar dele mais a frente).

Qual o impacto do IPCA nos investimentos?

A variação do IPCA acompanha as mudanças dos preços ao consumidor. Se ele está aumentando, a tendência é que o Banco Central aumente a taxa Selic como forma de desacelerar a economia, se ele está caindo, a tendência é que a taxa de juros caia para ajudar a fomentar o consumo no país.

A Selic é um dos principais indexadores de investimentos da renda fixa, incluindo o Tesouro Direto, e serve como referência para o valor da taxa DI. E como visto acima, é a principal ferramenta usada pelo Banco Central para controlar a inflação.

O movimento desses indicadores econômicos faz com que os rendimentos e o valor de alguns títulos atrelados a eles oscilem, para mais ou para menos. Não se esqueça do conceito de marcação à mercado.

Mas, vale lembrar, há investimentos atrelados ao IPCA que garantem rendimento acima da inflação: o Tesouro Direto IPCA+, com juros semestrais ou não, é um exemplo disso.

Como o IPCA impacta no Tesouro Direto?

Como você já sabe, a economia é dinâmica e bastante complexa e podem acontecer oscilações em resposta a diversos fatores, como políticas sociais, financeiras, geográficas, políticas, desastres climáticos, pandemias e outros. Entre outras palavras, muitos são os fatores que podem provocar a alta da inflação e você precisa estar atento a isso.

O Tesouro Direto é um investimento de renda fixa que possui tanto títulos prefixados, como pós-fixados, no caso o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA+. Este último sofre influência da inflação vigente, ou seja, o rendimento dos títulos do Tesouro IPCA+ é composto pelo IPCA acumulado mais a taxa de juros real contratada no momento do investimento. Assim, são garantidos rendimentos acima da inflação.

Quais as opções de Tesouro Direto atreladas ao IPCA?

O Tesouro Direto possui dois tipos de títulos atrelados ao IPCA. Eles são ideais para investimentos de longo prazo, com metas pensadas para o futuro, como a aposentadoria, por exemplo.

•  Tesouro IPCA+ - ideal para investimentos de longo prazo, onde seu rendimento acompanha a variação da taxa de inflação (IPCA) e mais uma taxa de juros real, acima da inflação. Mais interessante se você deixar ele render até o final do investimento.

•  Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais – semelhante ao IPCA+, mas com a adição do recebimento de juros a cada seis meses. Esse é um investimento direcionado para aqueles que precisam contar com uma renda extra ao longo da maturação do título, sem ter a necessidade de esperar até o vencimento. Nesse caso, o ideal seria não reinvestir esses pagamentos de juros semestrais. Isso porque a modalidade sem juros semestrais oferece maior rentabilidade para quem não está necessitando da renda no decorrer do período. 

Você pode conferir as variações de cada um deles, vencimentos (observe o ano ao final do nome do título) e preços atuais no site do Tesouro Direto.

Se quiser se aprofundar mais sobre o tema, preparamos um vídeo sobre como funcionam os títulos pós-fixados do Tesouro Direto.

 

 

 

 

 

 

 

 

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3 comentários

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Edineide Martins de Freitas

17/03/2024

Gostaria de aprender mais sobre investimentos.


Luis

26/12/2023

Gostaria de aprender mais


Comentario

14/02/2023

Comentario 123